A Inteligência Artificial (IA) já é uma realidade nas cirurgias cardíacas e está redefinindo os padrões de cuidados e tratamentos. No Brasil, hospitais têm adotado essa tecnologia para procedimentos, que vão desde cirurgias de ponte de safena até a substituição de válvulas cardíacas, com resultados promissores em termos de segurança e eficiência.
Em nenhum momento a IA vai substituir o médico, mas sim criar um fluxo de trabalho eficiente. Na cirurgia cardíaca a inteligência artificial pode ser usada em três áreas: predição de risco cirúrgico, exames de imagens e realidade aumentada nas salas de cirurgias.
A tecnologia é utilizada também em várias etapas do processo cirúrgico, desde o planejamento até o monitoramento pós-operatório. No pré-operatório, algoritmos avançados analisam imagens de exames como tomografias e ressonâncias magnéticas para criar simulações tridimensionais detalhadas do coração do paciente. A IA permite que os cirurgiões visualizem e planejem cada movimento com precisão, identificando áreas de risco e antecipando complicações.
“A Inteligência Artificial nos dá uma capacidade de planejar e executar procedimentos com uma precisão que não era possível antes. Por meio da análise de dados em tempo real, conseguimos prever complicações e adaptar a cirurgia às necessidades específicas de cada paciente, o que resulta em cirurgias mais seguras e melhores desfechos”, explica o cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Elcio Pires Junior.
Durante a cirurgia, os sistemas podem monitorar os sinais vitais do paciente em tempo real, ajustando automaticamente parâmetros críticos, como o fluxo sanguíneo e a pressão arterial. Além disso, procedimentos minimamente invasivos com robôs cirúrgicos oferecem uma precisão micrométrica, reduzindo o risco de erro humano e melhorando a eficácia das intervenções.
“Essa nova tecnologia tem sido revolucionária em cirurgias de correção de aneurismas da aorta, onde a precisão no posicionamento de stents e enxertos é crucial. Além de garantir que essas próteses sejam implantadas de forma exata, minimizando o risco de falhas e complicações”, conta Dr. Elcio Pires Junior.
Essa nova abordagem está levando a um aumento significativo nas taxas de sucesso das cirurgias cardíacas e, consequentemente, a uma maior qualidade de vida para os pacientes. “Estamos apenas começando a entender o verdadeiro potencial da IA na medicina, e o impacto disso no tratamento de doenças cardíacas será transformador nos próximos anos”, conclui o cirurgião cardiovascular.