A dependência da internet nunca foi tão alta. Em 2024, 85% das residências brasileiras tinham acesso à rede, segundo a pesquisa TIC Domicílios 2024, realizada pelo Cetic.br. Mas o dado que mais chama atenção é outro: 43% dos usuários relataram enfrentar instabilidades frequentes, sobretudo ao utilizar múltiplos dispositivos conectados simultaneamente. Isso reforça a importância de escolher um plano de internet adequado ao perfil de uso.
Com planos que vão de 2,5GB até 10GB, provedores como a Leste já oferecem velocidades que, há poucos anos, eram restritas a grandes empresas. Mas como saber qual é a melhor opção para sua casa ou trabalho? Erick Elias, gerente de redes da Leste, responde com base em sua experiência técnica e nas necessidades reais de diferentes perfis de usuários.
1. Avalie seu perfil de consumo digital
“O primeiro passo é entender como a internet é usada dentro de casa ou no escritório. Isso vai muito além de apenas assistir a vídeos ou navegar nas redes sociais”, afirma Erick. Ele detalha as indicações:
- 2,5GB: ideal para residências em que há uso simultâneo da internet por várias pessoas, seja assistindo a vídeos em 4K, jogando online ou baixando arquivos pesados com frequência;
- 5GB: recomendado para profissionais de marketing, streamers e criadores de conteúdo. “Quem trabalha com vídeo, por exemplo, se beneficia muito da alta taxa de upload”, explica.
- 7,5GB: atende com folga a estúdios de design, agências ou pequenas empresas que lidam com transferências grandes de dados, como vídeos em 8K;
- 10GB: é a opção mais avançada, voltada a demandas críticas. “Gamers competitivos, cineastas e equipes de pós-produção não podem correr o risco de lentidão. A estabilidade, neste caso, é tão importante quanto a velocidade”, destaca.
2. Entenda o impacto da velocidade na prática
Para muitos usuários, as diferenças entre planos podem parecer apenas números. Mas, na prática, elas influenciam diretamente na rotina.
“Fazer backup de 1TB em uma conexão de 2,5GB pode levar cerca de uma hora. Com até 10GB, esse tempo cai para menos de 15 minutos”, afirma Erick. “Essa diferença é crucial quando se trabalha com prazos apertados ou quando várias pessoas usam a rede ao mesmo tempo para atividades exigentes”.
Além disso, segundo o relatório Digital 2024: Brazil, do DataReportal, 99% dos brasileiros entre 16 e 64 anos utilizam a internet diariamente e mais da metade consome vídeos em alta resolução regularmente, uma atividade que exige largura de banda consistente.
3. Considere a quantidade de dispositivos conectados
Casas conectadas deixaram de ser tendência e viraram realidade: globalmente, espera-se que o número médio de dispositivos conectados por residência atinja 50 até 2025, conforme dados da Findstack. “Se você mora com mais três pessoas e todos usam a internet ao mesmo tempo – para reuniões online, streaming e jogos -, é preciso ter uma conexão que suporte esse volume. A lentidão não é falta de internet, é falta de planejamento na escolha do plano”, alerta o especialista.
4. Verifique sua infraestrutura antes de contratar
Por fim, não basta ter uma conexão potente se a estrutura interna não acompanha. “Já vi muitos casos em que o cliente contrata 10 Gbps, mas utiliza um roteador antigo, incompatível com essa velocidade. O desempenho acaba comprometido”, relata Erick.
Ele recomenda revisar os equipamentos e cabos antes da contratação. “Roteadores modernos, com suporte a Wi-Fi 6, e cabos de rede de categoria 6 ou superior são indispensáveis para quem busca performance real. Caso contrário, é como comprar um carro esportivo e dirigir em uma estrada esburacada”, compara.