Artigo por Evandro Lopes, neurocientista cognitivo
A revolução da Inteligência Artificial (IA) já está acontecendo, e aqueles que resistirem à sua integração nos processos de trabalho correm o risco de se tornarem obsoletos. O conceito de “exteligência”, criado pelo físico John D. Barrow, resume essa nova era: a inteligência agora não está mais limitada ao cérebro humano, mas distribuída em redes, algoritmos e sistemas automatizados. A pergunta é: você está preparado para essa transformação?
Empresas que antes dominavam seus mercados estão sendo forçadas a se reinventar para continuar competitivas. Gigantes como Dell, Tesla, IBM, Meta e Microsoft estão reduzindo suas equipes e investindo pesadamente em IA para otimizar operações e reduzir custos. No entanto, isso não significa o fim do trabalho humano. Uma pesquisa da McKinsey afirma que até 30% das tarefas em 60% das ocupações atuais podem ser automatizadas até 2030. Segundo o Fórum Econômico Mundial, enquanto 92 milhões de empregos podem ser substituídos por IA nos próximos cinco anos, 170 milhões de novas oportunidades serão criadas. O verdadeiro desafio, portanto, não é evitar a IA, mas aprender a trabalhar com ela.
A antifragilidade, conceito popularizado por Nassim Taleb, define aqueles que se fortalecem com o caos. Profissionais que dominam IA e utilizam a tecnologia a seu favor serão mais valiosos do que nunca. Algumas das maneiras de se tornar indispensável incluem entender sobre a automatização de tarefas, como o ChatGPT e o Copy.ai, aprender sobre análise de dados, como as plataformas Tableau e Power BI, que oferecem insights valiosos para a tomada de decisões. No geral, é necessário estar em constante aprendizado. Um exemplo disso são os cursos online baseados em IA, que permitem aprimoramento constante e personalizado.
É imprescindível também que cada profissional procure e desenvolva o seu diferencial para o mercado de trabalho. Além de entender todo o funcionamento das ferramentas que usam IA, é necessário ser reconhecido pelos diferenciais humanos, combinando habilidades técnicas, criatividade, pensamento estratégico e inteligência emocional.Criatividade, inteligência emocional e tomada de decisões estratégicas são diferenciais que sempre se destacarão,pois a IA pode sugerir, mas a decisão final ainda depende de humanos.
A história mostra que os profissionais que dominam novas tecnologias são os que prosperam. No passado, mecanógrafos temeram os computadores, mas aqueles que aprenderam a usá-los tornaram-se especialistas em TI. Atualmente, o mesmo acontece com a IA: o medo deve ser substituído pelo aprendizado. A IA não é uma ameaça para quem sabe usá-la. Profissionais e empresas que compreendem essa revolução e adotam a exteligência como parte de suas estratégias estarão sempre à frente. Portanto, a pergunta é: você quer ser um espectador da revolução ou um protagonista dessa nova era? Se sua resposta é a segunda opção, comece agora. O futuro do trabalho não é sobre resistir à mudança, mas sobre liderá-la.