Análises

Banshee: Um player completo para Linux

Uma das grandes dificuldades de um usuário Linux iniciante é a escolha de um player de mídia. Não é para menos: existem inúmeras opções nos repositórios das distribuições e pela internet afora. Praticamente todas as distribuições voltadas ao usuário doméstico vêm com um player de mídia. Uma opção não tão conhecida é o Banshee, player bastante completo que concorreria  com o Amarok, padrão do KDE, não fosse o fato de que o Banshee é feito com base em tecnologias GNOME e GTK e também suporta execução de vídeos.

Banshee

O Banshee possui pacotes pré-compilados para várias distribuições Linux, incluindo openSUSE, Foresight, Ubuntu, Fedora, Debian e Mandriva. Ele também suporta o Mac OS X. A versão analisada pelo Guia foi a última versão estável, 1.4.2, dos repositórios do software, visto que o Ubuntu 8.10 Intrepid Ibex apenas incluía a antiga versão 1.2.1 nos repositórios oficiais.

Interface e recursos

Ao abrir o software pela primeira vez, dá para perceber que o visual não foge da simplicidade do GNOME: a interface é bem intuitiva e clean, mas sem exageros. Mesmo sendo bastante leve, recursos não faltam para o Banshee: possui integração com o Last.fm, trazendo recomendações de artistas e músicas; assinatura de podcasts; equalizador de áudio simples; suporte a plugins, ripagem de CDs de áudio… Para saber o resto, só fuçando mesmo.

Interface do Banshee
Interface do Banshee

Importação e organização de mídia

Ao instalar pela primeira vez um player de mídia, qual a primeira coisa que você faz, além de abrir o player? Se você não respondeu que importa sua biblioteca de mídia para o player, provavelmente seu disco rígido está cheio de músicas nomeadas como “Sem título 1.mp3” que você nem sabia que ainda estavam lá.

Importar arquivos para a biblioteca do Banshee é relativamente fácil, mas pode confundir os iniciantes. Ao teclar Ctrl + I, o usuário tem quatro opções (ou melhor, cinco, mas isso será explicado depois):

Importar mídia para a biblioteca
Importar mídia para a biblioteca
  • Pasta local: A opção mais usada, principalmente se suas músicas estão organizadas dentro de uma pasta. Importa recursivamente músicas e vídeos de uma pasta e subpastas dentro da pasta. Se as suas músicas estiverem suficientemente organizadas, o Banshee irá baixar automaticamente as capas dos álbuns pela internet.
  • Vídeos da pasta Fotos: A mais confusa de todas. Refere-se a importação de arquivos de vídeo dentro da pasta Fotos. O engraçado é que, mesmo sendo uma versão compilada para o Ubuntu, isso não foi adaptado. Na pasta pessoal no Ubuntu, o usuário encontrará a pasta Imagens e Vídeos. Portanto, não vi utilidade nisso.
  • Arquivos locais: Importa arquivos de áudio e vídeo selecionados manualmente. Se suas músicas são totalmente desorganizadas, ou se você não quer importar alguns vídeos “indesejados”, está é a melhor opção.
  • Diretório pessoal: Importa todos os arquivos (de áudio e vídeo, claro) da sua pasta pessoal no diretório /home. Se você deixou tudo o que interessa no seu diretório pessoal, use esta opção.

O Banshee também inclui um editor básico de tags ID3 e afins. Bem simples: edite e salve. Mesmo assim, eu recomendo fortemente o EasyTAG para essa função, tanto para quem usa Windows quanto para quem usa Linux. O EasyTAG também suporta o Mac OS X.

Editor de propriedades da faixa
Editor de propriedades da faixa

Integração com o Last.fm

Last.fm
Para quem tem conta na rede social de músicas Last.fm, que gera estatísticas sobre o que você ouve, o Banshee será bem útil. Ao inserir seu usuário e senha em Ferramentas > Last.fm > Configurar…, o player se encarrega de enviar a informação da música que você está tocando para a rede. Isso sem o uso de plugins ou o software do Last.fm.

Além disso, a integração traz também a lista das faixas reproduzidas recentemente (de acordo com o serviço) e os seus artistas preferidos, bem como as recomendações de músicas, principal atrativo do serviço. Quer ouvir a música recomendada? Dê um duplo-clique e pronto! O Banshee se encarregará de fazer o streaming da música. Tudo isso legalmente.

Recomendações e vizinhos do Last.fm no Banshee
Recomendações e vizinhos do Last.fm no Banshee

Outros recursos

O gravador de CDs não é próprio do Banshee, mas a integração é bem feita. Com o Brasero instalado, por exemplo, você pode simplesmente selecionar algumas músicas que deseja gravar na mídia e clicar em Gravar CD. O Brasero será aberto com as músicas selecionadas e será possível a configuração de itens como velocidade de gravação e etiqueta do CD.

Brasero, com a lista de músicas previamente selecionadas no Banshee
Brasero, com a lista de músicas previamente selecionadas no Banshee

A ripagem de CDs também é simples. Limpo, o Banshee suporta transferência de músicas do CD para arquivos FLAC, OGG Vorbis, PCM e Wavpack. Por padrão, os arquivos serão salvos no formato lossless FLAC, que ocupam de 20 a 30 MB de espaço em disco. Para fazer com que o Banshee salve em OGG, basta configurar em Editar > Preferências. Na aba CD de áudio, selecione OGG Vorbis. Se necessário, altere as configurações de qualidade.

Como não há um botão especial para fazer a ripagem, a tarefa se torna um pouco confusa. Acredite: foi difícil adivinhar que seria necessário ir em Mídia > Importar mídia (o mesmo caminho para importar arquivos para a biblioteca) e selecionar CD de áudio. Pequenos detalhes fazem a diferença.

Para ripar um CD...
Para ripar um CD...

Concluindo

Não há muito o que falar de um tocador de mídias. O Banshee é um player leve, cumpre o que promete, é estável e bastante funcional. O ponto forte do software é a integração por padrão com o Last.fm, que faz com que o usuário não fique na mesmice de sempre, só escutando as músicas disponíveis no disco rígido. O player tem certa semelhança com o Rhythmbox, trazendo uma lista baseada em artista e álbum. Com certeza, um dos melhores players para Linux. Vale a pena testar!

Tags: Hardware, Linux, Software

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