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Varejistas investem em tecnologia para diminuir perdas recordes que chegam a R$ 35 bi

As perdas no varejo brasileiro atingiram a impressionante marca de 1,57% em 2023, totalizando quase R$ 35 bilhões, como aponta a pesquisa da Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe). Coube ao varejo alimentar ocupar o topo do ranking das perdas no país. A categoria Mercado (Loja de Conveniência) ocupa a liderança, com 3,86%, seguida por Mercado (Loja de Vizinhança), que registrou 3,31%, e o Supermercado (Convencional), com 2,50%. Hipermercado, com 2,03%, e Atacado/Atacarejos contabilizou perdas de 1,25%.

Assim, seja qual o formato, o varejo alimentar sofre muito com as perdas, especialmente oriundas de quebras operacionais e furtos, que na média geral do estudo da Abrappe registraram índices, respectivamente, de 42,93% e 31,66% (somados os 21,86% de furtos externos e 9,80% de furtos internos). “Para combater as perdas, é essencial o varejista investir no tripé pessoas, processos e tecnologia. Sem esses três pontos, atuando de maneira bem ajustada, o prejuízo é certo”, diz Hailton Santos, diretor Comercial da Sesami, empresa que é referência em soluções efetivas e inovadoras para segurança, produtividade e gestão nos segmentos de varejo, bancos e transporte.

Os varejistas que já entenderam o recado contabilizam bons resultados em suas operações. “Com a tecnologia conseguimos reduzir em 60% os furtos de produtos, especialmente de leite em pó, café, leite condensado, energético e aparelhos de barbear, produtos que, invariavelmente, compõem a cesta de mercadorias de alto valor agregado e alvos certos das pessoas mal-intencionadas”, diz o empresário Chigeaki Diniz Galvão, dono de cinco lojas Mar Vermelho, três deles no formato atacarejo e outras duas no atacado no Rio Grande do Norte. “Com o uísque praticamente zeramos as perdas, hoje quase não temos mais registro de furto desse produto. Também conseguimos controlar as perdas com a cerveja”, completa.

Com a tecnologia EAS, a equipe de prevenção de perdas do Mar Vermelho consegue, quando necessário, ter uma abordagem mais pessoal, restrita, menos constrangedora e, principalmente, mais segura. As soluções hoje estão presentes nas unidades de Natal e Parnamirim, mas a ideia é levá-las para as demais lojas, a começar pela operação no Ceasa. “As lojas, em um cenário de maior competividade e com consumidores cada vez mais exigentes, precisa buscar oferecer a melhor experiência, com mais produtividade, atratividade e, é claro, menos perdas”, explica Chigeaki.

Gestão de numerário mais eficiente – Vitorino Correa Neto, diretor do Supermercados Correia, rede familiar com 18 lojas espalhadas por Sorocaba, Votorantim, Iperó, Salto de Pirapora e Porto Feliz, no interior de São Paulo, apostou na adoção do cofre inteligente para ter mais eficiência operacional em sua tesouraria. Estava cansado de perder horas e manter uma equipe grande de funcionários dedicados à contagem manual do numerário. “Precisávamos de uma solução que nos desse segurança e agilidade às nossas operações”, diz o executivo.

Foi assim que Vitorino foi ao mercado em busca de soluções tecnológicas e conheceu o Intelisafe, cofre inteligente da Sesami. “A solução agilizou e deu mais segurança ao trabalho da equipe. Antes tínhamos 12 funcionários para fazer o serviço de controle e levávamos horas para promover a contagem. Hoje, o processo, com apenas dois colaboradores, não demora 30 minutos”, afirma. Com o cofre inteligente não há erros de contagem e a empresa reduziu seus gastos com transporte dos valores e pessoal em cerca de 30%.

Hoje, os cofres inteligentes estão presentes em sete lojas do Correia, mas a ideia é que eles possam ser adquiridos também nas demais unidades, nas mãos de irmãos, cunhado, tios e primos de Vitorino. “Trabalhamos com margens apertadas e todo ganho é fundamental. Assim, é necessário prevenirmos as perdas para que rentabilizemos ao máximo o nosso negócio”, declara Vitorino.

Como diz Caio Rossi, gerente de Vendas da Sesami, todas as lojas, independentemente do segmento no varejo, sem exceção possuem perdas. O nível aceitável de perda deve ser conhecido pelo varejista e precisa ser considerado na composição do preço final. “As perdas naturais de cada negócio precisam ser consideradas, administradas e reduzidas. Por isso, mãos à obra com as boas práticas, a começar com investimento em tecnologia”, revela.

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