Introdução
O Ubuntu Touch foi liberado no dia 21 de fevereiro para desenvolvedores, entusiastas (eufemismo para “malucos“) e usuários avançados (outro eufemismo). É claro que esse redator aqui é “entusiasta” e “usuário avançado” e testou o sistema para passar aos leitores do Guia do PC uma noção de como a Canonical está construindo o sistema.
O sistema baseado na mais popular distribuição Linux, por enquanto, só funciona na linha Nexus, mas desenvolvedores no XDA-Developers já estão trabalhando em meios para portar o sistema para outros aparelhos. Durante esse review foi usado um aparelho Samsung Galaxy Nexus GSM (Maguro) e o Ubuntu Touch Developer Snapshot. Então, vamos ver como essa belezinha se saiu em nossos testes? :)
Sobre o Sistema
Com o lançamento para consumidores previsto para 2014, o Ubuntu Touch é a aposta da Canonical para concorrer num mercado cada vez mais competitivo: Sistemas Móveis. Chegando para brigar com os gigantes da Google (Android) e da Apple (iOS) e desbancar o Windows Phone da Microsoft, a criadora do Ubuntu quer criar seu ecossistema girando em torno da sua plataforma opensource, investindo nas tecnologias de nuvem, web apps e serviços ao usuário doméstico.
Basicamente, os aplicativos do Ubuntu Touch vão funcionar via internet usando tecnologia HTML 5 (os WebApps) ou via aplicativos nativos, escritos em C e C++ com direito a suporte a tecnologia OpenGL, para ajudar no desenvolvimento de animações e jogos completos. A Canonical também está implementando no sistema uma tecnologia que permite usar o smartphone acoplado numa dock, como se fosse um computador normal, desde que haja um monitor, teclado e mouse para operar o smartphone como um PC convencional, ao qual já estamos habituados.
Ubuntu Touch
O processo de instalação do Ubuntu Touch é bem cansativo e perigoso. Não iremos abordar os passos para isso neste post, mas em breve publicaremos um explicando o passo a passo para quem quer instalar o sistema da Canonical em seu smartphone ou tablet Nexus. Depois de fazer o dispendioso processo de instalação, o Ubuntu Touch oferece o sistema ao usuário num boot bem rápido, cerca de 3~5 segundos. O sistema em si não tem nenhuma tela de bloqueio, apenas uma tela inicial com alguma informação relevante como chamadas perdidas, novas mensagens de texto ou postagens no mural do Facebook.

O sistema todo é orientado pela direção que você desliza seu dedo pela tela: Esquerda chama a lista de aplicativos, direita chama o último aplicativo aberto, para cima puxa um menu contextual do aplicativo atual e/ou as configurações do sistema/app e, por fim, para baixo temos a central de notificações.
Além dos controles por toque e deslize (o que elimina a necessidade de botões além dos já tradicionais power e volume) , o Ubuntu Touch é totalmente orientado para as redes sociais e aplicativos Web. Graças a essa capacidade, o sistema já vem com as principais redes sociais disponíveis no próprio sistema: Twitter, Facebook, Gmail, Flickr etc. Graças aos Web Aplicativos, dispensa-se a escrita de um código do zero para criar uma aplicação no Ubuntu Touch, pois ele usa a página móvel do serviço e adapta para o sistema, integrando, por exemplo, notificações do app na central de notificações do Ubuntu.

Falando em central de notificações, a do Ubuntu Touch é simplesmente um primor. Você escolhe um ícone da barra superior e ela exibe uma informação contextual: deslisar o dedo para baixo partindo do ícone de mensagens da barra superior vai exibir os últimos tweets recebidos, SMSs, notificações do Facebook etc. Deslisar o dedo a partir do relógio, mostra o fuso horário, próximos eventos, compromissos da agenda, etc.
Developers Snapshot
Como a versão do sistema ainda era um “pré-alpha”, ele estava terrivelmente instável. Mas isso já era de se esperar: por vezes, durante a análise, o sistema travava, reiniciava (ou mesmo se recusava a iniciar). Além de travar, ele rodava com desempenho precário e ainda está salpicado de bugs e funções ainda não implementadas, como botões que (ainda) não funcionam ou estão com funções incompletas. É claro que se tratando de um “pré-alpha”, ou versão “Developer Preview”, isso já é de praxe, mas eu confesso que esperava um desempenho melhor. Talvez seja ganância minha esperar isso de um sistema que nem está em vias de receber o título de Alpha, mas fica a critério dos leitores julgar isso. Porém, para minha surpresa, o sistema usava todo o potencial da tela do Galaxy Nexus, funcionando com alta densidade de pixels.

Conclusão
O Ubuntu Touch é uma aposta e tanto num mercado dominado por Android e iOS. O Windows Phone se esforça pra conseguir mercado e desenvolvedores enquanto Google e Apple conquistam cada vez mais consumidores numa espécie de “Guerra Fria dos Smartphones“, cada um com seus fiéis usuários. A Canonical aposta nos WebAplicativos e na Cloud Computing para conquistar o coração dos usuários. Ainda é muito cedo para tecer uma opinião a respeito do desempenho do Ubuntu Touch, não dentro de um aparelho, mas dentro do mercado de dispositivos móveis. É claro que ainda serão lançadas versões mais maduras e mais usáveis para os consumidores finais e, claro, nós do Guia do PC iremos acompanhar o crescimento desse sistema que de forma nenhuma deve ser ignorado.
Mas o que você acha? Será o Ubuntu Touch uma aposta viável da Canonical para o mercado móvel? Seria esse sistema muito diferente para cair no gosto dos consumidores? Ou o nome “Ubuntu” ou associação com o “Linux” dificultaria tudo? O que mais será implementado no futuro? Queremos sua opinião! Participe nos comentários e vamos conversar a respeito!
Essa foi a nossa coluna Review da Semana. Esperamos sinceramente que tenha gostado da nossa análise do Ubuntu Touch. Quando a Canonical lançar uma nova versão, mais estável, o que você gostaria que analisássemos? Basta dizer aí nos comentários! Se você tiver também alguma dica ou sugestão de pauta, por favor, nos envie um e-mail para [email protected] que teremos o mais prazer em analisar! Abaixo, as matérias das semanas anteriores da nossa coluna: